Segundo informação preliminar, comissária lutou com assassino.
Michelli morreu entre 16 e 30 horas antes de ser encontrada em represa.
Michelli lutou com o assassino antes de ser morta. (Foto: Reprodução/ TV Vanguarda) |
As informações são do delegado Seccional de Bragança Paulista, José Henrique Ventura - um dos responsáveis pela investigação do caso.
Ele disse que os ferimentos comprovam que houve luta entre a comissária de bordo e o assassino e que, quando ela caiu no chão, o autor do crime teria sentado sobre o peito dela e a esganado com as mãos. Michelli morreu sufocada, possivelmente entre a noite de domingo (8) e a madrugada de segunda.
Além dos ferimentos na boca e na testa, identificados no dia em que o corpo foi encontrado, ela também teve o nariz quebrado. O laudo conclusivo sobre a morte de aeromoça deve ficar pronto em 15 dias. "Pela gravidade do crime e necessidade de prosseguir a investigação, pedimos urgência nestes laudos do IML [Instituto Médico Legal] e IC [Instituto de Criminalística]", afirmou Ventura.
Depois que foi morta, supostamente em Sumaré, pelo marido Júlio César Arrabal, Michelli foi colocada em uma mala e jogada em um barranco às margens da represa na manhã de segunda-feira. Ao lado do corpo foi deixada uma bolsa com os documentos da vítima.
A suspeita recai sobre o marido, encontrado enforcado na residência do casal, porque o carro dele foi flagrado em um radar no km 70 da rodovia Dom Pedro I, que liga a região bragantina à região de Campinas, por volta das 10h30 de segunda-feira. Na noite anterior, o veículo foi visto na porta da casa onde o casal vivia há 10 anos.
Ele foi encontrado morto após o crime contra a comissária. A polícia registrou o caso como suicídio.
Corpo de aeromoça foi encontrado dentro de mala.
(Foto: Eduardo Marcondes/TV Vanguarda)
Investigação(Foto: Eduardo Marcondes/TV Vanguarda)
Sobre a investigação, o delegado disse que está sendo compartilhada com a Polícia Civil de Sumaré, onde o homicídio supostamente aconteceu e onde o corpo de Arrabal foi encontrado.
Por enquanto, nenhuma linha de investigação foi descartada, mas a polícia acredita que o autor tenha sido o marido. "Há indícios de que foi ele, e que depois do crime decidiu se matar. Mas isso não é conclusivo. Dependendo do resultado dos laudos e das informações que chegam pelas pessoas ouvidas pela polícia, podemos investigar outras possibilidades", disse Ventura.
Drogas
Na residência do casal, a Guarda Municipal encontrou Julio Arrabal com um cinto preso ao pescoço e à grade da escada.
Foram achados ainda uma faca suja de sangue, uma garrafa quase vazia de vodca e vestígios de consumo de drogas, de acordo com o boletim de ocorrência (BO). No banheiro, sete embalagens vazias usadas para armazenar drogas estavam dentro de um cesto. Em outro quarto, havia uma nota de R$ 2 enrolada.
Parentes de Michelli apontaram que o marido dela tinha histórico com problemas com drogas e que aeromoça já teria ameaçado a se separar dele caso ele voltasse a se drogar.
Por: G1 Vale do Paraíba e Região