Nestor Cerveró é preso pela Polícia Federal em aeroporto no RJ

Segundo testemunhas, o ex-diretor da área internacional da Petrobras tinha acabado de sair do avião quando foi abordado por agentes federais.


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O ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, foi preso nesta quarta-feira (14) no Rio de Janeiro e transferido para carceragem da Polícia Federal, em Curitiba. Cerveró é um dos 39 réus da última etapa da operação Lava Jato, que apura a corrupção na estatal.

A prisão de Nestor Cerveró foi na madrugada desta terça (13) para quarta-feira (14), no desembarque do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. O ex-diretor da área Internacional da Petrobras voltava de um período de férias em Londres.

Segundo testemunhas, ele tinha acabado de sair do avião quando foi abordado por agentes federais e levado para uma sala, onde aguardou o voo até Curitiba. Às 6h40, o ex-diretor da Petrobras embarcou em um avião comercial. Ele não usou algemas, e ficou na última fileira, escoltado por agentes federais.

Uma outra foto mostra Cerveró já no aeroporto de Curitiba, ao lado de malotes, onde estavam documentos apreendidos em quatro endereços dele, no Rio de Janeiro. Todo o material será analisado.


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O ex-diretor foi levado para a carceragem da Polícia Federal na capital paranaense, onde também estão presos 11 executivos de empreiteiras, o lobista Fernando Soares, e o doleiro Alberto Youssef. Todos também são réus em processos da Operação Lava Jato. Ainda pela manhã desta quarta, Cerveró fez exame de corpo de delito, no IML, um procedimento de rotina.

Nestor Cerveró foi diretor da área Internacional da Petrobras de 2003 a 2008, no governo Lula. Cerveró continuou, como diretor financeiro da BR Distribuidora, até 2014, no governo Dilma.
O ex-diretor responde a processo por corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo o Ministério Público Federal, Cerveró recebeu propina em dois contratos de construção de navios usados na perfuração em águas profundas.

O pagamento de US$ 40 milhões foi relatado por Júlio Camargo, que atuou como consultor da empresa Toyo Setal. Nestor Cerveró também foi citado pelo ex-diretor de abastecimento Paulo Roberto Costa. Ele disse que Cerveró recebeu propina na compra da refinaria de Pasadena, em 2006, nos Estados Unidos.

Segundo o Tribunal de Contas da União, a compra dessa refinaria gerou um prejuízo de mais de US$ 700 milhões. Na época, Dilma Rousseff comandava o conselho de Administração da Petrobras, que aprovou o negócio e tinha entre seus integrantes empresários de prestígio.
A presidente Dilma disse que o conselho se baseou em um relatório falho, produzido pela área internacional. Cerveró afirma que não teve a intenção de enganar ninguém.

Nestor Cerveró é o terceiro ex-diretor da Petrobras preso na operação Lava Jato. Paulo Roberto Costa, da área de Abastecimento, foi preso em março. Ele confessou o recebimento de propina e fez um acordo de delação premiada, para contar o que sabe em troca de uma possível redução da pena. Hoje, cumpre prisão domiciliar, no Rio.

O ex-diretor de serviços, Renato Duque foi preso em novembro, suspeito de participar do esquema de corrupção, e solto no início de dezembro, por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavaski. A defesa de Duque nega as acusações.

Durante as investigações da Lava Jato, delatores contaram que diretores de áreas estratégicas da Petrobras eram escolhidos pela ligação que tinham com políticos e partidos. A de Abastecimento, segundo os relatos, era da cota do PP. A Internacional, do PMDB. E as de Exploração e Produção de Serviços, e de Gás e Energia, do PT.

Segundo os delatores, de 1% a 3% do valor dos contratos eram divididos entre partidos, políticos, ex-diretores da Petrobras e doleiros que lavavam o dinheiro.

Os partidos negam participação nesse esquema, e afirmam que só receberam doações dentro da lei.
O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró será ouvido na manhã desta quinta-feira (15) pela Polícia Federal. Segundo o advogado, ele deve responder a todas as perguntas feitas pelos delegados. A defesa vai entrar ainda nesta quinta-feira com um pedido de habeas corpus.

Fonte:g1
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