O cineasta Mauro Lima (“Meu Nome Não É Johnny”) renegou a mutilação de seu filme “Tim Maia” pela Rede Globo. O longa foi transformado em minissérie, exibida em dois episódios entre quinta (1/1) e sexta, com várias cenas cortadas, outras enxertadas e ainda acompanhado por diversos depoimentos, que aproximaram a obra cinematográfica de um especial televisivo.
Marcando posição, ele desabafou sua contrariedade em seu pefil no Instagram. “Aos seguidores que não viram ‘Tim Maia’ no cinema, sugiro que não assistam essa versão na Globo… Trata-se de um subproduto que não escrevi daquele modo, nem dirigi ou editei”, escreveu ele.
A Globo deixou claro que o programa era uma “recriação do filme” de Lima. Mas o canal recriou a história a ponto de contradizer o que foi exibido nos cinemas, especialmente sobre a relação entre Tim Maia e Roberto Carlos.
As cenas em que Roberto aparece desprezando e humilhando Tim foram cortadas da exibição televisiva para, em seu lugar, ser incluído um depoimento de Roberto dizendo que ajudou o cantor no começo da sua carreira. A emenda recebeu até o reforço de uma nova cena, gravada especialmente para a TV, em que o ator Babu Santana, intérprete de Tim Maia no cinema, confirma a nova versão. “E foi assim, rapaziada, que o Roberto Carlos lançou o gordo mais querido do Brasil”, ele diz, num apêndice que não pertence ao filme original.
A responsabilidade por tantas mudanças não foi da produção do filme, mas consequência do contrato com a Globo, que se considerou no direito de fazer o que quis com o trabalho cinematográfico, a ponto de utilizar outro diretor (Luis Felipe Sá, do humorístico “Junto & Misturado”) e uma roteirista (Patricia Andrade, de “Gonzaga: De Pai pra Filho”) para desfigurar a obra original.
A exibição televisiva ganhou até subtítulo, virando, ironicamente, “Tim Maia, Vale o Que Vier”.
Por: Pipoca Moderna
