Eleição causou muitas brigas no Facebook e amigos tentam reatar amizades

Internautas dizem que será difícil diálogo com quem foi preconceituoso.   Muitos foram além do limite, em relatado de conflitos nas redes.


Por  Silvânia Santana

Flávia Lemos quer reatar com amigos e parentes após brigas no Facebook (Foto: Glauco Araújo/G1)
Neste domingo (26), amigos de infância e familiares tentam reatar ao convívio pacífico nas redes sociais e na vida real, após a reeleição da presidente Dilma Rousseff.

Muitas pessoas excluiram ou bloquearam amigos e até parentes  por conta de discussões políticas e pretende restabelecer a amizade. Mas em alguns casos o resultado das eleições foram bem acaloradas e vai ser difícil a reaproximação, já que ouve  o clima de “guerra.”

Algumas pessoas chegaram a relatar que relatar conflitos nas redes sociais que ameaçaram ou romperam relacionamentos. 

Em discurso após a reeleição, Dilma falou em diálogo para unir o país, algo também dito por Aécio Neves.  Dilma recebeu 54,5 milhões de votos (51,64%) e Aécio, 51 milhões (48,36%).

A coordenadora de programa Flávia Lopes, 40 anos, que durante o processo eleitoral havia excluído três parentes, três amigos de infância e mais de 20 conhecidos de sua rede social, agora tem o pensamento idêntico ao da presidente.
“O diálogo é sempre bom. As pessoas mais amigas, mesmo que tenham oposição de pensamento, devo me reaproximar delas. Hoje estou consolando os amigos que ficaram tristes com o resultado das eleições. Hoje estou fazendo posts mais carinhosos. Os familiares e amigos eu vou reatar o contato.”

Flávia disse, que não vê como dialogar com quem ela acredita ter exagerado no direito de se comunicar e de se expressar nas redes sociais. “Boa parte das pessoas eu excluí para não ver os posts. Mas quem foi homofóbico, xenófobo, preconceituoso eu realmente não me sinto capaz de manter um diálogo.”
  Flávia afirmou que atravessou momentos tensos neste domingo e pensava que sofreria mais ataques nas redes sociais. “Domingo foi bem tenso, mas foi bacana ao mesmo tempo. Como excluí e bloqueei muita gente, não fui muito atacada. Só teve um caso de uma pessoa que foi me atacar na página de uma amiga em comum, mas foi calmo. Fiquei mesmo muito brava com mensagens preconceituosas sobre o Nordeste. Isso me irritou um pouco. O povo é soberano, não adianta colocar a culpa da reeleição no Nordeste.”

  Já no clima de paz, Flávia acredita que é  o “momento de ir com amor, com argumento e bom senso. Acredito que quem foi preconceituoso, xenófobo vai refletir que escreveu besteira. Também tenho críticas ao governo de Dilma, mas fiz minha escolha assim como outros fizeram as suas”, afirmou a programadora.

 Nesta segunda-feira, surgiu na internet um Tumblr (espécie de ferramenta de blog)que reúne cartões postais virtuais  com mensagens favorável  do PT dirigidos a tucanos e vice-versa pregando reconciliação.

  Para Lourdes de Paula Gomes, psicóloga e diretora da Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo, a paz através das redes sociais é mais complexa do que feita pessoalmente. "Não se faz conciliação mandando alguém para aquele lugar e depois escrevendo algo diferente disso. Um abraço pode resolver tudo muito mais rápido, amenizar tudo. O gesto, o toque sempre vão ser a solução mágica. Trazem a pessoa para perto com gentileza."
Ela esclarece que a internet esfriou a relação entres pessoas. "É preciso ter bom senso. Um café, uma cerveja ou um chá ainda são melhores que as redes sociais, muito mais acolhedor. O que está preto no branco significa compromisso e é assim na internet. Isso tira o afeto e vira algo objetivo demais, concreto, tira a afetividade."
  As pessoas manifestam nas redes sociais não necessariamente o que pensam. "O afeto se dá pelo toque, pelo olhar, pela expressão. Na medida que se tira isso da conversa você reforça o distanciamento. Se o nível de tolerância fosse respeitado, algumas palavras deixariam de ser usadas." confirma Lourdes.

  A internet tem se tornado uma válvula de escape para desabafar problemas. "A internet permite que as pessoas falem bobagens e não sintam efetivamente o que escrevem. Fica tudo muito superficial e longe da essência de cada um. Não há nada que substitua a relação humana." Afirma a psicóloga Lourdes de Paula Gomes.

informações do G1
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