Eleitores ignoram proibição e postam selfies das urnas; TSE diz que vai avaliar

Muitos postaram, em seus perfis nas redes sociais, imagens das urnas eletrônicas que mostravam os números que digitaram

 

   
   Agência Brasil
imagem ilustrativa
  Muitos eleitores que já foram às urnas hoje (5) usaram os smartphones para tirar selfies no momento da votação e postaram as fotos nas redes sociais, prática proibida pela legislação eleitoral. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quem desrespeitar a norma do sigilo do voto está sujeito a pena de até dois anos de detenção.
Muitos postaram, em seus perfis nas redes sociais, imagens das urnas eletrônicas que mostravam os números que digitaram, as fotos dos candidatos e a tecla verde de "Confirma".Selfies mostrando a conclusão da votação, com a urna e a palavra “Fim” ao fundo, também foram feitos pelos internautas. No Instagram, até um pequeno vídeo foi postado, mostrando desde o momento em que o número do candidato a presidente foi pressionado até a confirmação do voto.

De acordo com o TSE, os mesários e o presidente da mesa devem orientar o eleitor a deixar os equipamentos eletrônicos antes de se dirigirem à cabine. Eleitores ouvidos pela Agência Brasil, no entanto, relataram que não receberam orientação nenhuma sobre a conduta que deveriam adotar quanto a celulares e smartphones.
Até uma página foi criada para monitorar e ironizar as pessoas que tiraram fotos de dentro das cabines. Com as hastags #selfienaurna, #eleicoes, #urna, e até a grafia errada #selfnaurna, alguns receberam conselhos de amigos depois dos selfies, informando que a conduta poderia ser considerada crime, e acabaram deletando as postagens.

A anulação proposital de votos, por meio da digitação de números que não correspondem a nenhum candidato, também foi registrada na rede. Atenta às infrações, a Polícia Federal (PF) também atua nas redes sociais para impedir que os eleitores divulguem imagens das urnas. A Operação Selfie na Urna foi postada no perfil da PF no Instagram, com o seguinte aviso: “Publicar foto da urna é crime. Nos ajude nessa operação e nos marque se alguém tiver cometendo o delito. Lei 9.054, pena de dois anos e multa”.
Alguns eleitores, entretanto, registraram o momento da votação apenas em forma de texto ou com selfies que não identificavam o local nem a urna. Com a hastag #javotei, usuários do Twitter e do Facebook postaram depoimentos dizendo terem cumprido o “dever de cidadão” e incentivando os demais com frases como “fiz a minha parte”. Muitos também divulgaram, fora das cabines, suas preferências políticas, postando o nome e o número de seus candidatos.

Em relação aos registros de fotos de eleitores no momento da votação, o presidente do TSE, Dias Toffoli, disse que o que mais preocupa “não é a vaidade dos cidadãos”, mas sim a situação em que a pessoa é coagida para votar em algum candidato, usando deste artifício para comprovar o voto, o que muitas vezes pode ocorrer em troca de algum benefício. “Selfie é muito mais a vaidade humana do que qualquer outra coisa. Mas vamos avaliar e ver maneiras de se fazer um melhor controle”.
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