Procurador diz que prostituição envolve ricos e exploração de menores na Grande JP

Eduardo Varandas revela que dois casos estão sendo investigados na Capital e região metropolitana, onde, segundo ele, o comércio do sexo transforma cidades em "prostíbulo a céu aberto"
Eduardo Varandas

Setenta e um casos de violência sexual envolvendo crianças e adolescentes foram registrados na cidade de João Pessoa, no período de janeiro a junho deste ano. Esses são os dados indicados pelo Procurador do Trabalho na Paraíba, Eduardo Varandas. Ele se refere a João Pessoa como “prostíbulo a céu aberto” para denunciar que a Capital está vivendo um perigoso período de exploração sexual de crianças e adolescentes, onde pessoas da alta sociedade estão envolvidas nos casos.

Segundo Varandas, a região metropolitana da Capital registra comércio do sexo sem horário definido. “Se você passar ao meio dia na rua por trás da avenida Beira Mar do Cabo Branco, você vai encontrar adolescentes na prostituição. Se você for à meia noite na orla de Manaíra, você vai encontrar adolescentes se prostituindo”, afirmou.
Eduardo Varandas, disse que casos envolvendo pessoas da sociedade estão sendo investigados. “Existe um exploração de menores envolvendo pessoas da alta sociedade. Através de ligações telefônicas, se contrata o serviço, a acompanhante é entregue em determinada localidade e isso acontece também com adolescentes em João Pessoa. Estamos investigando dois casos, desse tipo, mas em sigilo” disse.

Além da situação social precária dessas crianças e adolescentes, a exploração de menores para práticas sexuais, ocorre aos olhos da sociedade, que, de acordo com o Procurador do Trabalho, toleram essa exploração, por não denunciar os casos. “O Poder Público também é culpado por ser despreparado para agir. Existe uma também tolerância da família para com a exploração sexual da criança. Nós encontramos um travesti de 12 anos fazendo programa na Edson Ramalho. No interior do Estado, já detectamos leilões de meninas virgens e as famílias, sendo coniventes com isso”, falou.

Caso Sapé

O Procurador do Trabalho na Paraíba, relembrou o caso que, segundo ele, foi o ponta pé inicial para as investigações de casos de exploração sexual de menores no Estado. “O Caso de Sapé foi o primeiro caso. Ele foi extremamente importante, porque despertou o interesse do Ministério Público a nível nacional e da comunidade a nível mundial. Foi à primeira condenação não criminal do mundo no gênero”.

De acordo com Varandas, vários casos foram registrados em Sapé. Em muitos, as famílias eram coniventes com a exploração, realizadas, na maioria das vezes, por pessoas que deveriam zelar pela sociedade. “Haviam autoridades envolvidas na exploração sexual de menores, havia indícios de que os programas eram feitos, inclusive, utilizando carros oficiais. As meninas eram preparadas na casa da cafetina e eram levadas por um motoboy para o motel em que o cliente já estava aguardando”, concluiu.

Na época, vários vereadores e pessoas da alta sociedade da região de Sapé foram acusadas de envolvimento com o crime. Algumas dessas pessoas foram condenadas e estão presas, segundo Varandas. Outras, pagaram multas para se livrarem do processo.
Eduardo Varandas foi entrevistado pelo jornalista Hermes de Luna, durante o programa 27 Segundos, exibido de segunda à sexta-feira, ao vivo, a partir das 21h, pela RCTV canal 27 da net digital.
Fonte: Portal Correio
Postagem Anterior Próxima Postagem

Sample Text

ALIANÇA

...
                                                                           

EXECUTIVO